Skip to main content
Blog

Principais desafios da governança regulatória no setor de energia

By 4 de agosto de 2020janeiro 10th, 2023No Comments

Entenda os principais desafios da governança regulatória no setor de energia, assim como as principais leis aprovadas e condicionantes impostas.

O Brasil construiu sua matriz de governança regulatória do setor de energia, baseada em modelos hidroelétricos com reservatórios capazes de armazenar energia, para operar com a folga sob a capacidade de atendimento necessária.
Entretanto, as novas fontes de energia disponíveis e em expansão têm encontrado certa dificuldade de viabilizar seus processos de regularização. Outro aspecto a ser considerado está em leis pouco específicas para os negócios de fontes não controláveis, como eólica e solar fotovoltaica, cuja atuação é centrada no consumo médio de energia, ao invés de um atendimento instantâneo.
A conjunção destes e outros fatores apresentam desafios aos investidores, que pretendem planejar escalas cada vez mais granulares. Veja a seguir projeções econômicas, trechos de leis e pesquisas atuais do setor de energia.
Panorama econômico do setor de energia no Brasil
No Plano Decenal de Expansão de Energia (2029), realizado pela Empresa de Pesquisa Energética – EPE e Ministério de Minas e Energia (MME), os altos custos da operação energética podem comprovar uma tendência às fontes sustentáveis, a exemplo do que já se observa em âmbito internacional, o que ampliará a atratividade econômica da atividade fotovoltaica. Essa possibilidade foi representada a título de sensibilidade, onde foi adotada uma redução de cerca de 30% do CAPEX dessa fonte.
Cabe destacar, que a evolução desta tecnologia e maturidade dos investidores à nível mundial, pode contribuir para o desenvolvimento de estudos técnico-econômicos e socioambientais, bem como os avanços regulatórios no Brasil. E ampliar a competitividade e aproveitamento dessa fonte de energia nos próximos Planos, trazendo importantes benefícios futuros ao sistema elétrico.
Apesar de prever-se a redução da participação de usinas hidrelétricas, o sistema mantém a predominância de fontes renováveis e não emissoras de GEE. No caso de referência, a participação dessas fontes varia de 86% a 82% da capacidade instalada total do SIN.
A energia eólica é o recurso de maior tendência em expansão no atendimento à demanda de energia mensal, com 21.000 MW de capacidade instalada adicional, além do volume já contratado que se encontra em processo de implantação.
Essa evolução levará sua participação a 17% da capacidade instalada do SIN em 2029, acima da fonte solar fotovoltaica, que apresenta 7.000 MW da oferta adicional. Ambas as fontes são responsáveis não só por manter o perfil sustentável do sistema elétrico brasileiro, mas possuem em perspectiva custos de operação menores no futuro.
De modo a atrair novos empresários, o governo brasileiro tem promovido novos leilões de energia de diversas fontes, a fim de incentivar a produção e transmissão.
As preliminares vigentes e elaboradas pelos órgãos do setor energético, requerem compreensão sistemática tanto das questões legais, quanto dos impactos do ambiente regulador nas operações de produção, transmissão, distribuição, e consumo de energia.
Leis atuais no congresso
A legislação base do setor elétrico possui mais de 70 anos de história, composta de artigos da Constituição, leis complementares e ordinárias, decretos, portarias interministeriais, portarias do Ministério de Minas e Energia, resoluções conjuntas da ANEEL e CONAMA.
Portaria MME nº 187, de 04/04/2019, instituiu um Grupo de Trabalho (GT) para aprimorar e viabilizar novas propostas de Modernização do Setor Elétrico fundamentadas nos pilares da governança, da transparência e da estabilidade jurídico-regulatória. 
Cabe à Agência reguladora (ANEEL), ainda, definir padrões de qualidade do atendimento e de segurança compatível com as particularidades regionais, viabilidade técnica, econômica e ambiental dos projetos aplicados – e, por meio desses esforços, promover o uso eficaz e eficiente das forças energéticas, sem deixar de proporcionar condições para a livre competição do mercado de energia elétrica.
Com o aumento do número de consumidores buscando o Ambiente de Contratação Livre (ACL), este mercado tem assumido um papel cada vez mais relevante na expansão da geração de energia. Com linhas de crédito e de financiamento mais estruturadas, os leilões tem sido uma boa alternativa para obtenção de contratos de longo prazo. O que tem feito com que mais projetos saiam do papel e sejam viabilizados com um mix de preços de Ambiente de Contratação Regulado (ACR) e ACL, ou até mesmo exclusivamente no ACL.
Veja quais são as três principais modalidades de regulação praticadas:
A Agência Nacional de Energia Elétrica é responsável por incluir atos legislativos atualizados diariamente e suas eventuais alterações, publicações, retificações, inclusões e revogações, efetivadas pelo Centro de Documentação.
Principais desafios da governança regulatória.
A Constituição Brasileira estabelece algumas restrições de propriedade e de acesso às atividades do setor elétrico, sendo que, estas devem ser realizadas por cidadãos ou empresas com sede e escritórios localizados no Brasil. As regras de licitação dos leilões de eletricidade normalmente não proíbem a participação de empresas estrangeiras, mas normalmente estabelecem isso:
  • as empresas estrangeiras devem possuir uma sociedade social constituída e coberta pela legislação brasileira, para que seja concedida a licença regulamentar; e
  • Tratando-se de empresas estrangeiras concorrerem em conjunto com uma empresa brasileira num processo de concessão de área de exploração, para que a liderança seja exercida pela empresa brasileira.
  • Desenhar produtos de consumo energético que possam ser transacionados dentro do próprio mercado, de forma a garantir o atendimento pleno e eficiente aos requisitos do sistema, bem como, mantendo os leilões e contratos de longo ou médio prazo como instrumentos de tração dos investimentos necessários.
Além disso, os editais de licitação estabelecem geralmente que as empresas estrangeiras devem ter um representante legal no Brasil com poderes para receber o serviço de processo e dar respostas nas esferas judicial e administrativa, bem como representá-las em todas as fases do processo.
Veja a seguir como é vista a regulação por lideranças.
A regulação e cumprimento de um marco regulatório 
A regulação é vista por lideranças no Brasil, como uma oportunidade para melhorar serviços de infraestrutura. Com isso, tentam acelerar a aprovação de novos marcos regulatórios, e acabam enaltecendo que a melhora no ambiente de regulação é um “trampolim” para melhorar os serviços de infraestrutura na América Latina.
Todo o processo de implementação e cumprimentos de um marco regulatório são complexos, onde há obrigações pelos prestadores de serviços, tanto públicos quanto privados, a serem sustentáveis e responsáveis, e os processos ligados aos serviços de infraestrutura eficientes.
O governo negocia com lideranças do Congresso o avanço da votação de projetos dos novos marcos regulatórios para preparar o terreno para novos investimentos depois da pandemia da covid-19.
Há apontamentos para a descentralização e a digitalização dos mercados, a integração entre os serviços de infraestrutura provocada pelos serviços digitais, a necessidade de se desenvolver serviços sustentáveis, as metas de mitigação de mudanças climáticas que precisam ser cumpridas, a privacidade do usuário que precisará ser protegida e o acesso a serviços economicamente acessíveis, mas de alta qualidade.
Fica previsível que a sustentabilidade financeira e fiscal e, cada vez mais, preocupações ambientais e sociais estão no radar dos objetivos dos reguladores.
O ritmo acelerado em que o setor elétrico está mudando significa que os países enfrentam desafios inéditos e tecnicamente difíceis. O novo marco do setor Elétrico, que tramita no Congresso, tenta endereçar soluções para esse cenário. Pelo projeto, todos os consumidores poderão escolher seu fornecedor de energia.
O potencial das energias renováveis também é um tema a ser explorado. Por exemplo, o crescimento exponencial no Brasil da geração distribuída – que é dominada pela energia solar.
Nesse momento houve uma queda nos custos de novas tecnologias de geração e armazenamento, pela proliferação da eletrificação em diferentes usos de energia e pela digitalização.
Vamos ver a seguir, um outro tema recorrente em debates do setor.
Integração Energética da América do Sul
A proposta de Integração Energética da América do Sul é tema recorrente nos debates sobre energia. Especialistas têm destacado que a região está passando por momento de intenso crescimento econômico e democratização do serviço elétrico.
A integração energética poderia favorecer o desenvolvimento de maior eficiência na exploração do imenso potencial energético das nações sul-americanas. Para tanto, é preciso superar algumas barreiras territoriais, tais como as restrições de capacidade de transmissão, as dificuldades derivadas das assimetrias institucionais e regulatórias, além de impedimentos políticos e financeiros.
Fale agora com a 4Asset e receba suporte especializado no processo de Governança regulatória. Saiba mais da possibilidade de planejamento aumentada, eficácia das respostas, controle de resultados e accountability.